PAZ SEJA CONVOSCO!
Em primeiro
lugar digo aos amados, que devemos ser gratos a Deus pela Sua Palavra, que de
tão profunda, não conseguimos entendê-la em Sua plenitude. Também devemos ser
gratos pelas maneiras que o Eterno idealizou para nos salvar, (I Pe 2:9b).
Quanto ao tema acima sou favorável que
nosso Salvador tenha morrido no sexto dia (sexta-feira). De forma simples,
porém sem menosprezar àqueles que entendem de outra forma, darei oito razões porque creio assim:
1- O objetivo do sinal de Jonas – (Mt 12:38-42) – Ao ler este texto com atenção vemos que os fariseus
pedem um sinal da parte de Jesus. Diante de tantos milagres, aquela ‘‘geração má e adúltera’’ ainda queria
mais sinais. Na verdade eles gostavam de sinais (I Coríntios 1:22; Lucas 11:16).
O Senhor então lembra que o profeta Jonas passou três dias e três noites no
ventre do peixe, e da mesma forma Ele também passaria este tempo no sepulcro,
(Mateus 12:40). O objetivo do sinal de Jonas era lembrar àqueles incrédulos que
Ele ressuscitaria assim como Jonas ressuscitou depois de três dias. Assim como
os ninivitas, eles também deveriam se arrepender. Lembrar o acontecido e convocá-los ao arrependimento eis o objetivo de
Jesus dar o sinal de Jonas, e não as horas exatas que ele passou no mar. Na
verdade como podemos provar que Jonas passou 72 horas no ventre do peixe?
2- Era o dia da preparação – ( Lc 23: 54-56)
- Ainda que em João 19:6, diga que aquele dia era preparação da Páscoa, devemos
analisar os contextos. Em Êxodo 16.5 e 23 diz: ’’Mas ao
sexto dia prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.
E ele lhes disse: Isto é o que o Senhor tem dito: Amanhã é repouso, sábado
santo ao Senhor; o que quiserdes assar ao forno, assai-o, e o que quiserdes
cozer em água, cozei-o em água; e tudo o que sobejar, ponde-o de lado para vós,
guardando-o para amanhã’’. Vemos aí que era o
sexto, o dia da preparação para receber o Sábado. Já em Êxodo 12:6, falando do Sábado
cerimonial (1º dia da festa dos pães ázimos) diz: ’’E ao primeiro dia haverá uma santa convocação; também ao sétimo dia
tereis uma santa convocação; neles não
se fará trabalho algum, senão o que diz respeito ao que cada um houver de
comer; somente isso poderá ser feito por vós’’. Observa-se que no Sábado da Páscoa (1º e
7º dia da festa dos pães ázimos), poderia se cozinhar. Portanto é uma
preparação diferente.
O mais
incrível é que Lucas diz que as irmãs se retiraram para comprar unguentos e
descansaram conforme o mandamento do Sábado, e claro o mandamento é o quarto da
Lei de Deus. (Êxodo 20.8-11).
3- Em cumprimento das Primícias – (Levítico 23:10-11) A palavra
‘‘primícias’’ pode ser entendida como uma oferta
de gratidão. Existem, porém, outros sentidos da palavra primícias na
Bíblia: (Romanos 16.5; 8.23; Êxodo 23:19; Tiago 1:18 e Apocalipse 14:4),
etc...
‘‘Fala
aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra que eu vos
dou, e segardes a sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das primícias
da vossa sega; e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia seguinte ao Sábado o sacerdote o
moverá’’ (Levítico 23:10-11).
Porém Paulo chama Cristo de o primeiro na
ressurreição final: “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os
que são de Cristo, na sua vinda.” (I Coríntios 15.23). ‘‘Mas agora Cristo
ressuscitou dos mortos e foi feito as
primícias dos que dormem’’ (I Coríntios 15:20). Este é o verso que cumpre o
molho das primícias que era movido
no dia seguinte ao 1º dia da festa dos pães ázimos.
Jesus foi ‘‘tirado da terra ’’no sexto dia,
perto da hora nona'' (Mateus 27:45-46); descansou no Sábado e foi movido
(ressuscitado) na madrugada do 1º dia (Mateus 28:1).
Então, se Cristo morreu no sexto dia,
descansou na sepultura no 1º dia da festa dos pães ázimos (Sábado grande - semanal
e cerimonial, ‘‘pois era grande
aquele dia de Sábado,’’ S. João 19:31); é
lógico que ressuscitou na madrugada do Domingo (1º dia da semana), (Marcos
16:9), cumprindo assim a profecia como o
molho que era movido pelo sacerdote. (Levítico 23:10-11).
4- No caminho de Emaús, os discípulos afirmam estarem
ainda no terceiro dia.
‘‘Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia
de remir Israel; e, além de tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas
coisas aconteceram’’, (Lucas 24:21).
Os
discípulos dizem estarem no terceiro dia, veja, se Jesus tivesse morrido na
quarta, eles teriam dito ‘‘hoje já é o quinto dia’’... E isto aconteceu à tardinha daquele primeiro dia da semana, ‘‘mas
já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro,
levando as especiarias que tinham preparado’’. ‘’Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada
Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios;’’ Lucas 24:1,13. Se eles asseguraram que ainda estavam no
terceiro dia, creio que não é seguro duvidar disso, ademais alguns que dizem que Jesus morreu no quarto
dia, afirmam que Ele ressuscitou na tardinha do Sábado (que na contagem deles é
o terceiro dia). Se assim fosse, então os discípulos de Emaús diriam: ‘‘hoje já o quarto dia desde que estas coisas
aconteceram... ’’
5- Jesus deveria cumprir Daniel 9:25,27 na Sua morte...
‘‘Sabe
e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até
o ungido, o príncipe, haverá sete
semanas, e sessenta e duas semanas;...
E depois de sessenta e duas semanas será morto
o ungido, e nada lhe subsistirá;... E
ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oblação;...’’
Note: o tempo de Graça aos Judeus
deveria ser 70 semanas (ou 490 anos).
‘‘Setenta
semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para
fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a
iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para
ungir o santíssimo’’, Daniel 9:24.
Gabriel revela com clareza 69 semanas,
faltando apenas uma para completar as setenta. O texto diz: ‘‘depois de sessenta e duas semanas será
morto o ungido’’, é claro que se refere a Cristo.
(A palavra Ungido em Hebraico significa
Messias que em Grego é Cristo).
''Cristo é sinônimo de Messias. Pois a palavra Messias é uma
adaptação para o português da palavra hebraica Mashiach, que significa Ungido.
No texto original do Tanakh (Bíblia Hebraica ou Antigo
Testamento), em hebraico, a palavra Mashiach é usada para designar pessoas que
foram ungidas para exercer alguma função.
No Salmo 2, a palavra Mashiach é usada para designar aquele
que será (seria) o Rei de Israel...'' http://www.caraita.teo.br/o_que_significa_a_palavra_cristo.htm
No ano 27 nosso Senhor foi Ungido (Daniel 9:25 a) (batizado)
por João Batista (Mateus 3:13-17) para exercer Seu ministério.
Então, se Cristo morreu depois das 69
semanas, é óbvio que foi na 70ª semana, justamente ‘‘na metade da semana fez
cessar o sacrifício’’.
Obs.: Estas setenta semanas não são
semanas literais de sete dias, mas semanas proféticas de anos, (Daniel 11:13).
Portanto esta profecia não se aplica ao
anticristo que ainda virá (segundo a crença de alguns), nem tampouco que Jesus
morreria numa quarta feira (metade da semana), mas unicamente ao trabalho sacrifical do Salvador por nós na cruz do
calvário, mais precisamente no dia 14 de Abibe do ano 31 EC. Na metade da
última semana do tempo de graça dado aos judeus.
6- Só uma passagem bíblica para sustentar a doutrina.
(Mateus 12:40)
‘‘Mas Ele lhes respondeu: Uma geração má e
adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas;’’ Mateus 12:39
‘‘pois,
como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim
estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra’’.
‘‘Como afluíssem as multidões, começou ele a
dizer: Geração perversa é esta; ela pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará,
senão o de Jonas; porquanto, assim como
Jonas foi sinal para os ninivitas, também o Filho do homem o será para esta
geração’’. Lucas 11:29-30.
Apenas
Mateus cita ‘‘três dias e três
noites’’. Em minha opinião, não é
seguro tentar provar uma tese doutrinária em apenas um verso da Bíblia.
Há vários
textos que mencionam este mesmo período de tempo, mas em nenhum fala de ‘‘três dias e três
noites’’, veja: A) ‘‘Em três dias’’ – Mateus 26:61; 27:40; Marcos 14:58; João
2:19. B) ‘‘Depois de três dias’’ – Mateus 27:63; Marcos 8:31. C)
‘‘No
terceiro dia’’ – Mateus 16:21; 17:23; 27:64; Lucas 9:22; 24:21, 46.
7- A contagem inclusiva dos Judeus. É sabido de
todos que os judeus aceitam a contagem inclusiva, ou seja, conta-se como um dia,
mesmo se fora usado apenas parte daquele dia. A expressão “três dias e três noites” era para os
judeus, uma forma diferente do que temos para nós hoje, que vivemos no mundo
ocidental. A maneira de contar o tempo era chamada “contagem inclusiva” que incluía
o dia (ou ano) inicial, bem como o dia (ou ano) final, sem considerar quão
pequena fosse a fração daquele dia. Veja os três dias neste exemplo:
A) Jesus morreu no sexto dia à nona hora (15:00hs), foi
sepultado no mesmo dia, antes do pôr do sol (1º dia);
B) Jesus fica no sepulcro as 24 horas do Sábado (2º dia);
C) Jesus ressuscita na parte escura do primeiro dia
(madrugada de Sábado pra Domingo) (3º dia).
Nesta contagem se
ver que os “três dias e três noites”
são usados de forma inclusiva.
8- A comparação dos Evangelistas é conclusiva. (Mateus 28:1, Marcos 15:42; 16:1-2 e Lucas
23:54)
’’No
fim do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e
a outra Maria foram ver o sepulcro’’. E ‘‘Era
o dia da preparação, e ia começar o Sábado’’, (Lucas 23:54).
‘‘Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do Sábado’’, Marcos 15:42
‘‘Ora,
passado o Sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram
aromas para irem ungi-Lo. E, no primeiro
dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol’’. Marcos 16:1-2
Segundo
Lucas as mulheres se retiraram para comprar aromas antes de começar aquele Sábado.
Lucas 23:54-56, já Mateus diz que ao terminar aquele Sábado entrou o primeiro dia
da semana, Mateus 28:1.
Concluindo:
Se aquele primeiro dia da semana foi o dia
após o Sábado, lógico que aquele Sábado não poderia ser o cerimonial (que muitos dizem ter caído numa
quinta-feira), mas o Sábado semanal no qual o nosso Salvador descansou no
túmulo. Então, diante destes textos só
nos resta admitir que nosso Senhor morreu no sexto dia (dia da preparação), isto
é numa Sexta-feira.
Anexo: ‘‘O
valor da morte Dele’’ – Muitas são as discordâncias entre as igrejas
cristãs, porém se atentarmos bem, veremos que há valores esquecidos e detalhes
exaltados. O valor da morte de Jesus não está no fato de Ele ter morrido ou não
no sexto dia, mas de Ele ter morrido por nós e ressuscitado dos mortos e hoje
estar vivo para interceder por nós pecadores. Na verdade Sua morte não teria
valor algum se Ele não houvesse ressuscitado, e esta deve ser a principal
mensagem a ser ensinada por todos e a todos aqueles que anseiam por Sua
gloriosa vinda.
‘‘Ora
vem Senhor Jesus’’, Apocalipse
22:20. Paz seja convosco!